Tratamentos

Epicondilites

A epicondilite é uma lesão nos tendões que conectam os músculos do antebraço ao cotovelo, causada por sobrecarga ou movimentos repetitivos. No cotovelo lateral, chamado de “cotovelo de tenista”, os tendões extensores estão irritados; no cotovelo medial, chamado de “cotovelo de golfista”, os tendões flexores são afetados. Embora seja popularmente chamada de “inflamação do cotovelo”, muitas vezes envolve degeneração do tendão, com formação de tecido fibroso que dificulta a cicatrização.

Os principais sintomas incluem dor ao segurar ou levantar objetos, perda de força na mão e antebraço, dificuldade para estender ou flexionar totalmente o cotovelo, rigidez matinal e, em casos mais avançados, dor até mesmo em repouso. A epicondilite pode afetar qualquer pessoa, mas é mais comum em atletas que praticam tênis, golfe ou outros esportes de raquete, e em profissionais que realizam movimentos repetitivos com o punho e antebraço.

Como funciona o diagnóstico:

O diagnóstico é feito por um ortopedista especialista, com base em exame físico detalhado, avaliação da dor e da força muscular, além de testes específicos que provocam desconforto no tendão afetado. Exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética, podem ser solicitados para avaliar a extensão da lesão e identificar degeneração ou fibrose.

O tratamento é indicado quando há dor persistente, limitação funcional ou sinais de degeneração tendinosa. A epicondilite passa por duas fases principais:

  1. Inflamatória: ocorre logo após sobrecarga ou esforço repetitivo; o tendão está irritado, mas ainda sem alterações estruturais.
  2. Degenerativa (angiofibroblástica): o tendão apresenta falha na cicatrização, formando fibrose que dificulta a recuperação natural.

A identificação correta da fase da lesão é fundamental para definir o tratamento mais eficaz e evitar a evolução para epicondilite crônica.

O tratamento é, na maioria dos casos, conservador. Inclui:

  • Correção do fator de sobrecarga: ajustar postura, técnica esportiva ou movimentos repetitivos no trabalho.

  • Fisioterapia: exercícios de alongamento e fortalecimento excêntrico para estimular a cicatrização dos tendões e melhorar a função muscular.

  • Suportes e ortóteses: cintas ou bandas compressivas aliviam a carga sobre o tendão e reduzem a dor durante atividades.

  • Terapias avançadas: bioestimuladores, como ácido hialurônico, podem auxiliar na regeneração do tendão; terapia por ondas de choque pode ser indicada em casos persistentes ou crônicos.

  • Cuidados gerais: aplicação de gelo ou calor conforme orientação, evitar atividades que exacerbem a dor, e seguir o plano de reabilitação regularmente.

Em casos raros, quando a epicondilite não responde ao tratamento conservador ou quando há degeneração significativa do tendão, pode ser necessária cirurgia.

O tempo de recuperação varia conforme a fase da lesão: na fase inflamatória, costuma durar algumas semanas; na fase degenerativa, a recuperação pode se estender por meses. Com tratamento adequado, a maioria dos pacientes recupera função, alívio da dor e pode retornar às atividades esportivas e profissionais de forma segura.